quinta-feira, 17 de junho de 2010

MORTE DE PROFESSORES: OUVIDOS ACUSADOS E TESTEMUNHAS

Acusados e testemunhas do caso dos professores mortos em Porto Seguro começaram a ser ouvidos na tarde desta quarta-feira (16) pelo juiz Roberto Costa Freitas Júnior.
Do lado de fora do fórum, um forte esquema de segurança foi montado pela Polícia.
Professores e populares, usando faixas e cartazes, protestaram contra o assassinato do presidente da APLB/Sindicato, Álvaro Henrique Santos, e do diretor do sindicato, Elisney Pereira Santos, em setembro de 2009.
Na audiência, que durou mais de sete horas, só foram autorizados a entrar os promotores de justiça Dioneles Santana Filho e João Alves Neto, os advogados e a imprensa, que não pode usar equipamentos de gravação.
Os depoimentos mais contundentes foram dos traficantes Marcelo dos Santos Fonseca, o 'Caolho', e João d'Ajuda Cardoso Filho, o 'Joãozinho', denunciados pelo Ministério Público.
O ex-secretário de governo do município, Edésio Lima, bem como os policiais militares Sandoval dos Santos, Geraldo de Almeida e Joilson Barbosa, foram levados ao fórum, porém não ficaram na sala de audiência, a pedido dos depoentes. Eles devem depor nesta quinta-feira.
'Caolho', o primeiro a depor, falou que foi procurado pelos policiais militares, 20 dias antes do crime, para participar do duplo homicídio, mas teria recusado a oferta. No entanto, teria ficado sabendo de detalhes do plano e que o mandante seria Edésio Lima.
Ainda na oitiva, 'Caolho' falou que depois do crime, os policiais voltaram a procurá-lo, desta vez para pedir que ele não comentasse nada sobre o episódio.
João d'Ajuda, que depôs em seguida, também disse que foi procurado pelos policiais, que queriam que ele convencesse 'Caolho' a fazer o serviço.
Também foram ouvidos, a mãe do professor Álvaro, Maria Aparecida Santos, bem como o irmão dele, Eric Márcio dos Santos. Dona Maria contou que foi obrigada pelos assassinos, que estavam encapuzados, a atrair o professor para o sítio onde reside sob a alegação que o filho da vítima estaria passando mal.
Álvaro partiu desesperado para o local, acompanhado do sindicalista Elisney, na tentativa de socorrer seu filho. Chegando ao sítio, eles foram mortos.
Edésio, que está custodiado na Polinter, em Salvador, e veio especialmente para as audiências, está alojado na sede do 8º Batalhão da Polícia Militar. Os seus advogados desqualificaram as denúncias de ‘Caolho’ e ‘Joãozinho’, afirmando que eles são bandidos e que não merecem o crédito da sociedade.
Dos seis acusados, dois ainda continuam foragidos: O gari Antonio Andrade Santos Junior e Danilo Costa Leite. O supervisor do gari, o fiscal da prefeitura Luiz André Rodrigues dos Santos, também foi ouvido. Até sexta-feira, a previsão é de que mais 20 pessoas sejam ouvidas.
Por Redação RADAR64
Foto: RADAR64/Joelson Angelo

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