BOA NOITE CINDERELA
“Boa noite Cinderela” é uma metáfora bastante usada no meio policial para designar um golpe contra inocentes vítimas de mistura na bebida durante um evento festivo (ou coisa parecida).
Na noite do último sábado (14.08), houve uma manifestação política aqui na cidade de Várzea Nova, a qual compareceram os deputados-canditatos Nelson Pelegrino e Marcelo Nilo, expoentes da política baiana no cenário federal e estadual. A pretexto de inaugurar um comitê de campanha, os deputados foram recebidos festivamente por lideranças políticas locais, entre elas o prefeito e o vice-prefeito e, pelo que se viu, foram vítimas do tal conto “Boa Noite Cinderela”. Não sei se em suas andanças exageraram na água mineral, mas o certo é que estavam enfadonhos e cometeram alguns deslizes dignos de registros.
De início, o palanque armado - um caminhão improvisado - não precisou ser usado por falta de público. Assim, resolveram falar da calçada em frente ao tal “comitê”. O primeiro a usar a palavra, o deputado Nelson Pelegrino, não poderia ser mais infeliz na introdução de seu discurso: BOA NOITE... UMBURANAS!!! – no que foi surpreendido por uma vaia imprevista que o fez perder a coordenação do que tinha pra dizer e acabou mais enrolado que a deficiência tipo “língua plesa” que carrega consigo e que nem os fonoaudiólogos conseguiram debelar...
O segundo orador, o deputado Marcelo Nilo, começou dizendo que era sertanejo de Antas, causando uma confusão entre os presentes que o juntou ao antecessor e associou-os ao mamífero típico da América do Sul.
Para completar - ainda lembrando o suposto exagero da água mineral - o parlamentar, por duas vezes, chamou a “Vage Nova” do velho Zacarias de... VÁRZEA DA ROÇA.
Mal informado, contou como vantagem de seu governador a nomeação de 70 delegados de polícia no Estado da Bahia, esquecendo que o chão que ele pisava encontra-se há mais de cinco anos sem delegado...
O terceiro orador foi o vice-prefeito Edson Júnior. Esse foi salvo pelo gongo. Ou melhor, pelo serviço de som do Tratoc. Para quem não sabe, o Tratoc é uma engenhoca composta por um trator, uma carreta com equipamentos de som e um barulhento e poluente motor diesel que deu certo pela originalidade na campanha do prefeito, mas que já deu o que tinha que dar. Pois bem: o vice-alcaide, ainda vivendo o glamour das recentes núpcias, teve a colaboração direta do tal Tratoc, que entrecortou sua fala, fazendo com que o dito ficasse por não dito, já que não deu pra ninguém entender nada e já que nada também tinha para ser dito...
O quarto e último tribuno foi o prefeito Tica. Ainda acostumado às praças cheias, experimentou sua primeira decepção política. Como alguém já disse com muita propriedade, tudo tem a primeira vez. O pequeno beco criteriosamente escolhido para a festa ficou muito grande e aquele enorme vazio surpreendeu tanto o “homem da mudança” que, diante das dificuldades de apresentar algo novo, resolveu inventar: chamou o Presidente da República de “o maior prefeito do Brasil”. Claro que o prefeito não podia imaginar que o frio fizesse com que a pessoas preferissem o aconchego dos lares... Ainda mais num sábado com o programa Zorra Total na TV! Agora, que ao menos as pessoas que exercem os cargos ditos de confiança deveriam prestigiar o evento, ah, isso deveriam! Até por que, agasalho é o que não lhes falta, não é mesmo?
Zailton Silvestre.
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