Reportagem de Donaldson Gomes, Jornal A Tarde
Preços no mercado internacional em alta, clima favorável e aumento da produção formam as condições fundamentais à produção agrícola. Na safra 2010/2011, o tripé atuou em condições ideais na região oeste da Bahia que contabilizou no período recorde de produção e a maior produtividade de soja, milho e algodão do País, de acordo com informações do 3º Levantamento de Safra produzido pelo Conselho Técnico da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba).
A redução das chuvas, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), favoreceu a fase final das safras de soja e milho. Por outro lado, reduziu a umidade disponível para o enchimento dos grãos de algodão. Nada que pudesse atrapalhar o cenário favorável.
Com os preços no mercado internacional elevados, os produtores baianos investiram nas fazendas e colhem agora os resultados. O preço do algodão, por exemplo, superou e muito a marca histórica de US$ 1,17 no mercado internacional, sendo vendido a US$ 2 em janeiro, o que representou um aumento 70% na comparação com o recorde anterior.
De acordo com o presidente da Aiba, Walter Horita, os preços se mantiveram elevados por algum tempo tanto pela oferta apertada em relação à demanda, quanto pela operação agressiva de fundos de investimentos. “Hoje, está em torno de US$ 1,50 a libra-peso, mas está precificado na Bolsa de Nova Iorque, para 2012, na faixa de US$ 1,10”, diz.
A produção de algodão cresceu 62%, somando 600 mil toneladas de plumas. Em área plantada, o crescimento foi de 51%, ocupando 371 mil hectares. No caso da soja, a produtividade passou das 51 sacas por hectare para 56 sacas, superando o período anterior em 10%. A produção, conforme o levantamento, bateu o próprio recorde anterior de 3,2 milhões de toneladas, alcançando os 3,6 milhões.
Único produto em que houve redução de área plantada, de 170 mil hectares para 153 mil, o milho compensou com o ganho de produtividade. O levantamento da Aiba apontou um aumento na produtividade de 12%, o que no fim das contas ainda permitiu um aumento de 1% na produção da cultura.
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