Preso em Barrocas ex. marido da conselheira tutelar encontrada morta

Gilberto Rodrigues de Queiróz, 60 anos, ex-marido da conselheira tutelar Acácia Queiroz de Queiroz, 34 anos, que foi encontrada morta na noite do dia 31 de julho, no interior de sua residência, na Avenida Antônio Carlos Magalhães, 140, as margens da BA-411, rodovia que liga Barrocas/Serrinha, foi preso no final da manhã desta quarta-feira (04), no interior da Farmácia Altair, na Praça da Conceição, em Araci e em seguida levado para a Delegacia de Barrocas, onde deu entrada por volta das 11h40.
A prisão temporária por 30 dias de Gilberto Queiróz foi decretada pelo Juiz da vara crime da Comarca de Serrinha, Claudio Pantoja Júnior, na terça-feira (03), ás 16h30, atendendo ao pedido do delegado de Barrocas, Paulo Ferreira Dias, que assumiu a jurisdição ha seis meses. De posse do mandato de prisão, o delegado contou ao CN que montou um esquema de procura do acusado, o encontrando na cidade de Araci, que fica a 30 km de Barrocas.
Segundo o delegado, há fortes indícios que levam Gilberto a ser o principal suspeito da morte da conselheira, levando em conta a disputa judicial da casa onde o casal morou por muitos anos, até a separação. A convivência dos dois era bastante conflituosa e por diversas vezes Acácia compareceu a Delegacia queixando-se de ameaças do ex-marido, inclusive ameaças de morte e algumas destas queixas foram registradas e outras ela solicitava a interferência dos policiais para apaziguar a situação.
Paulo Ferreira disse ainda que ouviu familiares da vítima e pessoas da comunidade e todos, de forma unanime, disseram à polícia que Gilberto pode ser o mandante do crime, pois vivia em conflito permanente com Acácia e o motivo principal era a casa. "Outro fato que nos chamou atenção, foi a forma como Gilberto se comportou na pizzaria, pois fazia questão que todos lhe vissem ali. É como se quisesse ser visto para dizer que não tinha nada a vê com o crime", afirmou o delegado. Ele falou também que estas informações foram colhidas de pessoas que estavam no ambiente. "Em um dos depoimentos, uma referida pessoa disse que ficou sabendo que em uma das ameaças, Gilberto teria dito, caso não ficasse com a casa, que ia acontecer um fato que Barrocas iria tremer", falou Ferreira.
Paulo Ferreira confirmou ao CN que projétil encontrado no local do crime é de uma pistola 380, arma que não é muito fácil encontrar. O delegado responsável pelo caso tem 61 anos de idade e 34 anos de experiência, sendo responsável pela investigação do caso do "Motel", ha 15 anos, quando um cliente, com comportamento psicopata, foi morto pelo proprietário do estabelecimento.
Gilberto fala ao CN - Gilberto Queiróz chegou em uma viatura da Policia Civil a cidade de Barrocas, sem chamar atenção e foi fotografado por uma repórter do Jornal Nossa Voz, um informativo local. No interior da cela, ela falou com exclusividade para o CN e JNV, onde contou sua história e jurou inocência.
Com uma vida desajustada matrimonialmente, Gilberto esta em seu terceiro casamento. No primeiro, casou - se com uma senhora natural de Serrinha, com quem teve quatro filhos e depois de quinze anos, divorciou. Com a separação, ele cuidou de três filhos e por intermédio deles, pois costumava ir a fazenda que fica em Barrocas, parando sempre em um bar, onde Acácia trabalhava, a conheceu e começou o relacionamento e depois de nove meses se casaram e tiveram dois filhos.
Ele disse que Acácia era ciumenta e este foi o motivo da separação. Inicialmente eles moraram em uma fazenda, depois mudaram para Serrinha e por último, ele vendeu uma propriedade e com os recursos, comprou um trator e investiu R$ 11 mil na casa, o suficiente para a metade da construção. "Fui trabalhando e fazendo a construção. É bem verdade que o terreno é do pai de Acácia e ele deu para a gente fazer a casa", Contou Gilberto, chorando.
O processo da separação vem se arrastando deste de 2005 e no momento da entrevista, chegou o advogado Genebaldo Queiróz, que defende Gilberto nesta causa, porém não quis falar sobre o assunto. Queiróz, foi constituído para defender seu cliente na causa que se refere aos bens.
Gilberto confirmou toda história de passar o dia com os filhos, sua permanência na pizzaria e que entrou na casa depois da presença da polícia. Quando foi informado pelos filhos que a mãe estava morta, ele disse que olhou pela porta, percebeu que Acácia estava caída, achando que estava morta, avisou aos parentes e depois a polícia. "Fiquei algum tempo em frente à casa de meu ex-sogro, foi quando me pediram para sair, pois seria melhor para mim", contou. Ele não disse por que lhe deram este conselho.
Ele negou que tenha qualquer envolvimento no caso, porém admitiu que fosse a principal suspeita por causa do processo que movia contra Acácia na questão da separação. ?Tinha cinco anos que eu havia entrado na área e na casa", contou, mais uma vez chorando.
"Não estou envolvido neste caso, não sei quem fez isto e Deus vai me ajudar a provar minha inocência", concluiu o acusado.
Investigações - A polícia espera contar com o apoio da comunidade para obter mais informações sobre o crime. Ela já sabe que na terça-feira (27), dois homens desconhecidos na cidade, um alto, moreno e com cabelos lisos e ou outro, baixo e moreno, andaram rondando a casa da conselheira. Eles inclusive procuraram se hospedar em uma pousada de um posto de gasolina, próximo do local onde aconteceu o crime, porém o proprietário disse que a pousada ainda não estava pronta. Sabe também que eles seguiram para a cidade e agora os policiais querem saber que são essas pessoas e o que estavam fazendo por lá.
Manifestação - Amigos e familiares da conselheira Acácia Queiróz estão organizando uma grande manifestação na próxima sexta-feira (06), ás 18h, quando será celebrada a missa de sétimo dia e depois eles vão fazer uma caminhada até a Delegacia, onde vão pedir justiça e mais empenho da polícia. Por: Valdemí de Assis/ foto: Raimundo Mascarenhas. (Calila Notícias)