Por Zailton Silvestre/
Um velho ditado popular deixa claro: a cavalo dado não se olha os dentes... Outro dia escrevi aqui uma crônica em que relatava a esquisitice de minha rua ter apenas 14 casas e o número da minha casa ser 1432. Fiz até uma brincadeira que sugeria que as plaquetas com os números haviam sido doadas ao município e o encarregado da época, despreparado, saiu colocando números aleatoriamente nas residências já que Várzea Nova precisava mostrar a cara da cidade que acabava de nascer.
Sugeri ao final que o gestor atual ou outro que viesse a lhe substituir no futuro destinasse parte dos recursos de nossos impostos para melhor sinalizar nossas ruas e casas, facilitando a vida de carteiros, entregadores de pizzas, moto-boys, oficiais de justiça, enfim, a urbanidade. Creditando minha humilde sugestão na conta de feliz coincidência, o fato é que o prefeito, cheio de boas intenções, mandou fazer o projeto e colocá-lo em prática, atendendo esta carência da cidade. Contudo, não se preocupou com a qualidade dos serviços contratados. Se foi de graça (0800) menos mal. Entretanto, se se aplicou ali os recursos de nosso suor, cabe reparações, porque errou feio, desde a concepção até a execução final do projeto. De início, prepostos do município passaram por todas as ruas da cidade e marcaram todas as casas com uma tinta preta tipo carvão (não solúvel), o que causou revolta em muitos proprietários que não foram informados do que se tratava.
Num segundo momento, os mesmos prepostos da prefeitura, mal treinados e despreparados, passaram nas mesmas ruas e casas arrancando placas velhas (muitas vezes levando parte da pintura e do reboco), e pregando novas placas independente do consentimento do morador. Custava serem treinados para abordar educadamente os moradores, falarem dos objetivos, ouvir suas opiniões? Custava promover uma campanha elucidativa? Se assim procedessem, não seria ponto positivo para a administração? Depois veio o desastre total.
Não sei se tentaram sabotar as boas intenções do gestor mais o certo é que as placas foram de uma infelicidade cruel. De cara, usaram metade do “campo de informação” para, desnecessariamente, gravarem “Prefeitura Municipal de Várzea Nova”. Que informação vai nisso? Qual o propósito? Se ao menos fosse uma parceria com o comércio... Por fim, arrematando, vieram os erros grosseiros. Reservaram o pior para esta parte. Conseguiram errar o nome do Padre, do Reverendo, do Juiz de Paz, do Farmacêutico, do Delegado, do Presidente, do Deputado, do Vereador, enfim, passaram um atestado de incompetência digno de uns bons puxões de orelhas, que seria evitado com uma simples checagem das Leis municipais.
O relato que faço aqui é do que vi com meus próprios olhos – se me permitem o pleonasmo. Entretanto, vocês não precisam acreditar em mim, elas ainda estão lá. Aliás, fiquei sabendo que colocaram plaqueta até em sanitário público. Neste caso, só não vai ser hilário porque os usuários, durante o São João, ao serem abordados, darão sempre a mesma resposta: TEM GENTE! É que o Kibe-Loco não entende dessas coisas paroquianas, porque se entendesse...
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