Ainda temos forró?
Sertão! Terra que Luiz Gonzaga consagrou como sendo lugar de cultura farta, de homem honesto e trabalhador, de mulheres sérias. Trazida do ostracismo para a glória dos palcos e a admiração de sulistas preconceituosos a cultura sertaneja hoje padece, faz o caminho inverso trilhado pelo querido e saudoso Luiz Lula Gonzaga, o imortal “Velho Lua”.
A música nordestina agora se resume a um ritmo só, com letras pornográficas e maliciosas que incitam para o alcoolismo, a prostituição e a bigamia.
A música nordestina agora se resume a um ritmo só, com letras pornográficas e maliciosas que incitam para o alcoolismo, a prostituição e a bigamia.
Se não bastasse, chamam essa pouca vergonha de “forró” denegrindo o nome do verdadeiro forró pé de serra que, com seus múltiplos ritmos (xote, baião, xaxado, arrasta-pé, coco e muitos outros), encantou o mundo através de letras que tratavam de todos os assuntos cotidianos, desde as agruras duma vida dura às maravilhas da natureza com a chegada da chuva; do canto da nambu, à uma animada festinha numa “sala de reboco”.
Resumida a um som de uma nota só, a música nordestina atual joga o nome de seu propulsor na lama. São tantas calcinhas e cuecas, tantas molecas e moleques desavergonhados, que tornam nossas festas juninas mais parecidas com bailes de cabaré exibindo corpos nus realizando movimentos eróticos, do que com uma festa onde famílias inteiras deveriam ir para se divertir e multiplicar com seus filhos o gosto por suas raízes.
Enquanto o nordestino aprecia de camarote o retorno da própria cultura à exclusão, outros se apropriam de nossa autêntica música nordestina dando-lhe o nome de “Forró Universitário” que nada mais é, se não, um plágio do nosso famoso forró pé de serra. Resumida a um som de uma nota só, a música nordestina atual joga o nome de seu propulsor na lama. São tantas calcinhas e cuecas, tantas molecas e moleques desavergonhados, que tornam nossas festas juninas mais parecidas com bailes de cabaré exibindo corpos nus realizando movimentos eróticos, do que com uma festa onde famílias inteiras deveriam ir para se divertir e multiplicar com seus filhos o gosto por suas raízes.
Ourolândia, 25 de julho de 2010
Antonio Junior.
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