Jacobina: Vereador diz que Câmara virou uma bagunça

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Nesta quinta-feira, em entrevista ao Jornal da Serrana, da Serrana FM, o vereador Carlos Mota (PT) qualificou a Câmara de Municipal de Jacobina como uma “verdadeira bagunça”. Carlinho do PT, como é mais conhecido, estava acompanhado dos vereadores Rose do Junco (PMDB), Milton da Natureza (PV) e Hildebrando Cedraz (PTN).Numa lavagem pública de roupa suja, os quatros vereadores criticaram os desmandos que vêm sendo praticados pelo presidente da Câmara, Antonio Batista Alves, acusado de agir como “marionete” do Executivo. “Batista não cumpre os acordos feito com a bancada. Ele acerta tudo, mas na hora da sessão, geralmente, depois de receber uma ligação no celular, muda completamente de opinião, descumprindo o que havia sido acertado”, critica Milton da Natureza.O vereador Hildebrando Cedraz classifica o comportamento do presidente Antonio Batista com “anormal” e “insano”. “Como professor de matemática, ele conseguiu fazer o impossível: transformar uma câmara com dez vereadores em onze votos. Isso é um absurdo”, aponta Cedraz.

Segundo o vereador, na última sessão, foi colocado em votação um requerimento propondo o adiamento para próxima reunião legislativa. Colocado em votação, cinco vereadores da oposição votaram pela aprovação, os quatro da situação, votaram contra. Inconformado com o resultado, Antonio Batista teria se licenciado do cargo de presidente, para votar na matéria. Após empatar a votação em 5x5, Batista reassumiu a presidência da Casa e, para perplexidade de todos, anunciou o voto de minerva, desempatado o placar, que passou a 6x5, decretando, assim, a rejeição do requerimento.“Isso é inconcebível, completamente irregular, inconstitucional e sem nenhum amparo legal”, afirma Carlinho do PT. O vereador petista disse que o atual presidente tem extrapolado todos os limites, criando um clima de instabilidade e descrédito no Poder Legislativo de Jacobina. “Não podemos mais ficar calados, diante de um quadro tão deprimente como que se instaurou na Câmara de Jacobina”.

A votação da LOA (Lei Orçamentária Anual) é outro exemplo narrado pelos vereadores para ilustrar o descompasso do presidente para com o Regimento Interno e a Lei Orgânica. Segundo Hildebrando Cedraz, a tramitação da LOA se deu de forma açodada, sem o cumprimento de prazos regimentais e os requisitos básicos para a sua aprovação. Cedraz informa que Antonio Batista teria devolvido a LOA ao Município antes de ser votada pela Câmara. Como a prefeita percebeu o erro, retornou novamente à Câmara.

Ao invés de seguir as normas e debater as emendas dos vereadores, o presidente colocou logo em votação, com pedido de dispensa de interstício. “Como não concordamos, nos retiramos do plenário, mas, mesmo assim, a matéria foi votada com apenas cinco vereadores em plenário. Para completar, o presidente decretou que a LOA foi aprovada por unanimidade, ou seja, 100%, quando, na verdade, apenas cinco vereadores votaram a favor. Não entendo essa matemática”, diz Cedraz.Decididos a reverter o quadro atual, os oposicionistas prometem colocar a boca no trombone, levando a público o que chamam de “denúncias graves” contra o presidente Antonio Batista.