Amigos e guardiães do Salitre, chegamos ontem após três dias andando pelo Rio, percorremos as nascentes (Boca da Madeira, Covão, Carro Quebrado, Jacarezinho e etc), que é a região de área de recarga das nascentes do Salitre em uma altitude de até 1062 metros em relação ao nível do mar, até a Barragem de Ourolândia, e na outra semana vamos fazer de Ourolândia até a Foz em Campos dos Cavalos, município de Juazeiro.
Temos recebido muitos recados de que o Rio não teve enchente neste ano que está sendo até agora um ano atípico aqui para o semiárido, Pernambuco, alagoas e a própria capital baiana estão derretendo em água, Salvador ontem foi o dia que teve a maior precipitação, passou dos 100 mm de chuva em um só dia.
Assim num trabalho extra Comitê (junto com o pessoal da CPT), resolvi como se diz na gíria dá um rolé pelo Salitre e constatamos que realmente a média de chuva na região do Salitre está sendo bem baixa, e segundo um morador do Tamburil (Morro do Chapéu), que tem pluviômetro este ano naquela localidade só choveu 62 mm.
É claro que é um problema mundial chuva de mais em um local e falta de chuva em outros, porém temos disponível até os nossos dias a mesma quantidade de água desde o tempo do Dilúvio que apareceu o salvador da pátria Noé (kkkkk). Más com as nossas práticas boas podemos atrair chuva para uma localidade, como também podemos expulsá-la de outras, e é isso que está acontecendo na área de recarga do nosso velho Salitre.
Enquanto efetuavam a transição de ingá para INEMA (coitada da Ingazeira espécie conhecida por nós beradeiros que confiscaram o seu nome para criar a sigla para representar a água e a biodiversidade do órgão ingestor baiano que foi extinguido por falta de eficiência, enquanto a espécie resiste a secas e intempéries as margens dos nossos rios secos).
E nesta transição, orquestradamente as empresas de energia eólica têm acabado com a região de recarga das nascentes do Salitre (entorno do Parque Estadual de Morro do Chapéu). Como vamos ter água no rio se não temos precipitação? Como vamos preservar a pouca água do rio se não temos APPs? Temos mais de 40 barramentos irregulares, o que Ingá fez nos quatro anos para pelo menos mitigar esta situação? O que nos salvava eram os topos de serras que faz o divisor de água entre Salitre e Verde Jacaré que o INEMA está permitindo a instalação de 1800 torres de energia eólica, sem sequer discutir com o Comitê que está fazendo o seu Plano de Bacia.
Por falar em Plano de Bacia, a CODEVASF apesar dos convites feitos pelo Comitê, porque o Ingá nunca teve a ousadia de convidar este órgão para vir apresentar o Plano de saneamento que está em andamento nas cidades de Várzea Nova e Ourolândia que fica 100% dentro da bacia e as margens da Calha do Rio Salitre respectivamente, nunca foi apresentado. A pesar de que a CODEVASF é MEMBRO TITULAR representando o Governo Federal.
Como será o tratamento destes resíduos? Onde será lançado? Quando o Ingá deu a OUTORGA para lançamento? Quais os cuidados que devemos ter com lançamentos em rio intermitente? Como será a diluição?
Apesar de que a LEI Nº 11.445/07 diz que o Saneamento tem que se integrar com os Planos de Bacias e todos os municípios brasileiros até o final de 2012 terá que ter este instrumento cumprido para não ser penalizado, deixo a Pergunta: Vale a pena o governo gastar quase R$ 1.4 milhões para fazer o Plano de Bacia do Rio Salitre sem se interessar e preocupar-se com estas situações?
Será que o INEMA fará alguma coisa pelo Salitre?
Fonte: Almacks Luiz Silva
Bel em Gestão Ambiental
Extensão em Gestão Participativa de Bacias Hidrográficas
Telefone 55 74 9115-9831
http://almacks.blogspot.com/2011/05/andando-pelo-salitre.html
http://lattes.cnpq.br/7821142835631449
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