RIO - Agora só restam quatro times na briga pelo título carioca. E assim como na Taça Guanabara, quando o Boavista se infiltrou entre os grandes na reta decisiva, as semifinais da Taça Rio também terão seu 'intruso', o Olaria, que terminou em segundo no grupo B e tirou o Botafogo, atual campeão, da luta pelo bicampeonato.
Mas a missão do time da Rua Bariri é dura. Afinal, contra ele estão os outros três grandes do estado. E se quiser levantar um título inédito, terá de passar por pelo menos dois deles. Primeiro, o Vasco na semifinal da Taça Rio, sábado. Depois, disputaria a final do turno contra o vencedor da outra semifinal, entre Flamengo e Fluminense. E se levar a melhor, ainda terá de encarar o rubro-negro da Gávea, já garantido na decisão do Carioca.
O outros três estão mais acostumados a decisões. Mas cada um chega à reta decisiva do campeonato com uma motivação diferente. Confira a situação dos quatro candidatos que restam na briga pelo título.
FLAMENGO - A maior estrela, Ronaldinho Gaúcho, ainda não correspondeu plenamente. E ainda perdeu o pênalti que evitaria o cruzamento com o Fluminense na semifinal de domingo. Mas o 'bonde sem freio' da Gávea, mesmo longe de dar show, mantem a invencibilidade na temporada (já são 22 jogos sem perder, contando um em 2010), e independentemente do que ocorrer na Taça Rio, já está na final do Carioca, por ter vencido a Taça Guanabara. Recordista de títulos cariocas, com 31 conquistas, o clube da Gávea conta com sua força em decisões para comemorar novamente. Se possível, de forma invicta. E Vanderlei Luxemburgo confia na estrela de Ronaldinho Gaúcho nos jogos decisivos. Afinal, foi dele o gol que garantiu o título do primeiro turno.
- Se tiver algum outro pênalti pela frente, ele vai cobrar. É o batedor e tem qualidade para isso - garantiu o técnico logo após o erro do craque contra o Macaé, garantindo que a penalidade perdida não vai abalar o camisa 10 na reta final.
FLUMINENSE- Depois de um início de ano complicado, com eliminação na semifinal da Taça Guanabara, tropeços na Libertadores da América e saída do técnico Muricy Ramalho, o Fluminense enfim parece estar entrando nos eixos. E nada melhor para confirmar a recuperação do que vencer o rival, se possível nos 90 minutos para acabar com a invencibilidade rubro-negra.
- A maior rivalidade aqui no Rio hoje é o Fla-Flu, até pelos jogadores que as duas equipes têm. Hoje, o Flamengo é a equipe a ser batida, pelas vitórias seguidas e a invencibilidade no ano. Estou muito feliz em enfrentar o Flamengo - afirmou o atacante Fred, artilheiro do Carioca com dez gols.
Para chegar ao título carioca, no entanto, será preciso superar o Flamengo duas vezes. Primeiro, na semifinal de domingo. E depois, caso conquiste a Taça Rio, na final do Carioca, em dois jogos. E o tricolor das Laranjeiras tem uma razão especial para buscar a taça: com 30 Campeonatos Cariocas na história, o Flu quer empatar com o rubro-negro, que tem uma conquista a mais, e recuperar, mesmo que dividida, a hegemonia no Rio.
VASCO - Nenhuma outra torcida do Rio espera com tanta ansiedade por esta reta decisiva do campeonato. Afinal, o Vasco é, dos times grandes, o que está há mais tempo sem vencer o Carioca, desde 2003. Além disso, o clube de São Januário teve este ano seu pior início na história da competição - só foi conquistar seu primeiro ponto na quinta rodada.
Mas tudo mudou após a chegada do técnico Ricardo Gomes, substituto de PC Gusmão, e de alguns reforços, como Diego Souza, Bernardo e Alecsandro. Mas o principal responsável pela transformação da equipe é um velho conhecido dos torcedores, o meia Felipe, que voltou a se destacar com passes precisos, técnica refinada e gols importantes.
Bernardo, ex-Cruzeiro, também virou referência no time de Ricardo Gomes, mesmo sendo reserva. Neste domingo, na prévia da semifinal contra o Olaria, ele saiu do banco quando o Vasco perdia por 2 a 0 e abriu caminho para o empate, marcando o primeiro gol, de pênalti.
- Ele está entrando e decidindo as partidas. É um jogador que vibra e participa bastante. Eu disse a ele antes da partida que só entraria se as coisas não estivessem legais. Ele entrou com responsabilidade e ajudou o time - comentou Ricardo Gomes, comemorando também porque o meia, que estava pendurado com dois amarelos, não levou cartão neste domingo:
- É um jogador que vibra e participa bastante, por isso está sempre levando amarelo - comentou o treinador.
OLARIA - Azarão da semifinal da Taça Rio, o Olaria quer estragar a festa dos grandes para fazer história. Se for campeão carioca, o simpático time da Rua Bariri vai encerrar uma escrita de 45 anos. A última vez que o título saiu das mãos do quarteto Botafogo-Flamengo-Fluminense-Vasco foi em 1966, quando o Bangu levantou o caneco.
Depois disso, alguns outros intrusos tentaram estragar a festa, mas o máximo que conseguiram foi o vice-campeonato, como o Madureira em 2006, o Volta Redonda em 2005, o Americano em 2002 e o próprio Bangu em 1985. O Olaria, nem isso. Vencer o Vasco e alcançar a final da Taça Rio já será um feito inédito para quem nunca decidiu um turno. Depois, cada passo será saboreado como uma façanha histórica. Até, quem sabe, a comemoração do título. Sonhar não custa nada.
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