“Não me preocupa o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”, Martin Luter King.
A citação acima nos estimula a passar pelas críticas injustas, aceitar as construtivas para melhorar sob todos os aspectos, nossa capacidade intelectual e buscar incessantemente a perfeição no exercício da função que compete a cada um de nós durante a vida, principalmente, enquanto gestores públicos.
Já descobri que, dentre outros pecados, em equívoco, a cultura do nosso povo não impede, mas dificulta o desempenho da nossa tarefa de modo justo, correto e por vezes até honesto, onde cabe política. Talvez isso explique a escassez dos homens de bem no contexto.
Sendo públicos e entre nós, podemos comentar que quando o assunto é a administração da coisa pública há um grande equívoco por parte duma sociedade, ainda inconsciente, que de forma egocêntrica quer sempre tudo para si, sem importar-se com o coletivo.
O pior disso é que esta mesma parte é a que mais critica quando o gestor fica impossibilitado de atender de forma plural, exatamente por ter sido infeliz atendendo ao singular. É como se fosse... “...o grito dos maus”.
Com reservadas exceções, durante os mais de 20 anos que militei na imprensa, achei que os gestores agiam assim por mera culpa ou conveniência. Hoje, depois de haver transcendido "da pedra para a vidraça”, mesmo ainda concordando somente em parte, conservando as exceções e especialmente meus ideais, percebi que a maioria desses gestores são meramente reféns de uma situação condicionante.
Infelizmnte, descobri que esta é a maior moeda de troca no câmbio negro instalado nos escuros bastidores do mundo político, principalmente no período que transcorre entre as eleições. No convívio dela o processo se inverte, mas não deixa de ser cambial.
Não gostaria que esta crônica conotasse que estou defendendo ou tentando justificar certas atitudes equivocadas e até nefastas dos que se encaixam no contrário ao correto. Afirmo que busco viver num país justo e melhor para todos nós, portanto esclareço que quero mesmo é estimular o leitor a encontrar soluções para melhorar seu habitat e por isso não me importo com a exposição aos riscos da interpretação que corro aqui.
Vamos despertar fazendo a seguinte pergunta: de quem é a culpa? Dos gestores? Do Povo? Calem-se ou assumam. “...o silêncio dos bons”.
Eu poderia até ser menos genérico e seguir na fala com outras sugestões mais diretas, mas prefiro deixar aqui minha contribuição ao exercício de vossos cérebros decretando a abertura à temporada de interpretações!
Vejo honestidade não como virtude, mas como obrigação. Acrescento apenas que serei sempre defensor da tese de que precisamos melhorar como sociedade consertando primeiro a cada um de nós! Recentemente um amigo me questionou: “Zé, quando você militou como radialista passou grande parte do tempo tecendo críticas aos políticos, depois te vi trabalhando na vida pública, como você explica isso?” Respondi que aproveitei a oportunidade também para matar a mera curiosidade, na esperança de encontrar respostas para muitos por quês de algumas incógnitas da vida pública.
Segundo o dramaturgo alemão, Bertold Brechet, o castigo dos que não querem se envolver com política é que sempre serão governados pelos que querem.
Posso estar completamente equivocado ou ter sido infeliz em minha opção, mas, ao menos, permaneço com a consciência tranquila: tive a coragem de deixar de ser pedra pra saber como é sentir a dor de ser visto e prejulgado como estilhaços de vidraça.
José Carlos Benigno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário