sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

ENTREVISTA - André Rios presidente da Aciouro

André Rios - Presidente da Aciouro
Acompanhe agora uma entrevista com o presidente da Associação Comercial e Industrial de Ourolândia (Aciouro), André Rios, falando a respeito dos principais problemas vividos pelo comércio de Ourolândia diante da Fiscalização Preventiva e Integrada (FPI) ocorrida no final do mês de novembro passado, que interditou as empresas de extração e acabamento de mármore no município, por agressões cometidas contra o meio ambiente, e ainda a respeito do processo eleitoral que cassou o mandato do prefeito de Ourolândia, Antonio Araújo.
Acompanhe:
Blog de Ourolândia - Qual o impacto que o fechamento das empresas de mármore de Ourolândia causou no comércio?
André Rios -
Apreensão e insegurança. Durante o evento ninguém sabia o que estava acontecendo de verdade, o fato acabou gerando um impacto muito grande no comércio e na cidade como um todo. Isso ocorreu porque só temos uma fonte de renda fixa mais significativa no nosso município, que é exatamente a atividade do mármore. Numa sociedade onde existe apenas uma vertente econômica o risco de se viver um caos econômico é constante. Fica claro que devemos buscar mais alternativas de emprego e renda para quando nos faltar uma, sobrevivermos da outra.
Blog de Ourolândia - Já é possível sentir isso na economia local?
André Rios
- Sim, o comércio de Ourolândia vende a crediário próprio e depende da maioria dos funcionários das empresas para fazer a quitação dos seus compromissos. Após o fechamento dessas empresas já tivemos uma queda de aproximadamente 50% no faturamento. A situação é realmente preocupante.
Blog de Ourolândia - De que forma a Aciouro analisa esta ação?
André Rios - O maior temor da entidade é com o possível êxodo dos filhos de Ourolândia para outras regiões mais distantes deixando o convívio dos seus familiares.
Blog de Ourolândia - Diante da agressão praticada ao meio ambiente por parte das empresas, a Aciouro entende que deveria mesmo haver uma interdição?
André Rios -
Sim, mas que está interdição tivesse ocorrido antes das eleições próximas passadas.
Blog de Ourolândia - O que poderia ser feito em defesa do meio ambiente pelas empresas agressoras?
André Rios -
Todas as empresas estabelecidas em Ourolândia já vinham a algum tempo se reunindo para a revitalização do meio ambiente, é verdade que de uma forma muito lenta, mas fazendo. Este é o momento em que precisamos da união de todos no sentido de buscarmos uma nova conscientização a respeito do assunto, até porque as mudanças climáticas que estão acontecendo no mundo são provocadas pela degradação que fazemos ao meio ambiente. Isto já é muito evidente.
Blog de Ourolândia - De que maneira o comércio, representado pela Aciouro, pode ajudar na resolução deste problema?
André Rios -
Acredito que fazendo um trabalho de conscientização junto aos seus funcionários e representantes legais das empresas, ao comércio e a população em geral, apoiando no que for necessário para a volta, agora de forma legal das suas atividades, já seria uma tarefa importante.
Blog de Ourolândia - Como a Aciouro vê o poder público na questão?
André Rios -
O poder público poderia ter ficado mais próximo, e tem sua parcela de culpa deixando que a exploração chegasse a esse ponto. Falo de forma generalizada em relação aos homens públicos que passaram pelos dois poderes do município ao longo de todos esses anos.
Blog de Ourolândia - De que forma a Aciouro analisa a ação da Justiça Eleitoral que cassou o prefeito de Ourolândia?
André Rios - Decisão da Justiça não é pra ser discutida, se ela encontrou irregularidades a decisão deve ser cumprida.
Blog de Ourolândia - Já existem reflexos disso também no comércio?
André Rios -
Sim, o comércio é o primeiro a sentir as consequências de qualquer decisão seja ela a favor ou contra.
Blog de Ourolândia - Como o senhor analisa este momento crítico que Ourolândia atravessa, e o que pode ser feito?
André Rios -
Ourolândia não é diferente de outro município e vai ter que se adequar as mudanças que são necessárias para as futuras gerações. Devemos ser mais humildes e aceitar o fato de que a vida é constituída por ciclos: nascer, crescer e morrer. Podemos fazer algo diferente, sim, apenas respeitando a decisão do outro.

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